domingo, 3 de fevereiro de 2013

tinha 16 anos, só tinha tido um namorado ( a sério), estudava em Portimão, e conheci um rapaz através de uma amiga minha, não vos sei explicar o que é que se passou naquela altura, mas foi quase extantaneo quando o conheci  os meus joelhos tremeram como nunca e a minha barriga andava mais as voltas que um carrocel. passei os dias seguintes a falar ao telemóvel horas e horas seguidas. quando ele ia para os treinos, contava os segundos ate ele voltar. quando me pediu em namoro, nem pensei duas vezes, entreguei-me com tudo. para mim, ele era o melhor do mundo. desde a forma como falava, e me tratava, e as coisas novas que me fazia sentir. estava a viver um sonho, aos 16 anos as minhas guardas estavam todas baixas, e quando fiz 17, decidi que não o podia fazer esperar mais, adormeci menina, e acordei mulher, agora sim, era toda dele. e por muito estranho que pareça, cada vez que ele me tocava, eu amava-o cada vez mais, e todas as coisas que me ensinava, eu aprendia com orgulho. semanas depois, comecei a sentir-me estranha, enjoada, sai das urgências sem saber exatamente o que dizer, engravidei. sentei-me no chão, e chorei e, lembro-me da enfermeira me dizer que devia estar feliz, porque era uma vida, parte de mim queria acreditar nela, porque a outra parte so via a minha adolescência a andar para trás, meia hora depois, levantei a cabeça, e liguei-lhe, fui ter com ele, contei-lhe. era disto que falávamos  constituir família  acreditei que fosse o destino a dizer-me que era ele o homem da minha vida. desprezou-me, mandou-me embora, e nessa noite adormeci nas escadas de casa dele, na esperança que ele ia abrir a porta, só o vi na tarde a seguir, sem comer, nem dormir, com os olhos inchados de tanto chorar. quando me viu, abraçou-me, e eu achei que sim, que era disto que eu precisava, que ele se arrependesse, depois de fazermos amor, mandou-me de novo embora, e como me recusei, só dei por mim no chão, e ele...ele já não era ele, era um monstro. nessa noite, cheguei a casa de pulsos negros e lábio em sangue, e a minha avo agarrou-se a mim a chorar. depois dessa tarde, foi sempre igual, batia-me como nunca. e eu usava aquele bebe para me sentir perto dele, estava obcecada, não sabia nem queria saber viver sem ele. dormi vezes sem conta nas escadas daquela casa, e cada vez que me via, batia-me com mais força, mesmo sendo a mãe de um filho dele. tiveram que tomar atitude por mim, afastaram-me dele, obrigaram-me a larga-lo, e com 9 semanas abortei, na clinica dos arcos, as 15.40, e com anestesia geral. quando acordei na cama, deram-me um sumo. e mandaram-me embora. a ultima coisa de que me lembro..foi de olhar para a sala de espera, e estar ali a minha avo sentada, agarrei-me a ela a chorar. e ela sorriu, e disse-me "anda, vamos comer bifinhos". depois desse dia, nunca mais o vi. e as vezes ainda penso como seria se tivéssemos ficado juntos, de certa forma, parte de mim morreu naquela cama de hospital. e ele, vai ser sempre o homem da minha vida.

p.s. história irreal

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