Eram oito horas da manhã e estávamos prontos para partir. Ela chegou, com já 10 minutos de atraso. Entrou e sentou-se, abstraída do resto.
O autocarro em que íamos partir era branco puro, mas tal cor não se podia atribuir aos seus pensamentos. A sua expressão facial irradiava fatiga e confusão.
O mundo á sua volta parecia não dar por ela. A jovem continuava estagnada, silenciosa, mas segura de si.
Havia somente uma outra rapariga que reparou nela, mas apenas lhe fixou o olhar por breves instantes. Todos os outros permaneciam noutro mundo. Um mundo de alegria, onde todas brilhavam, sem ninguém reparar.
Assim foi todo o caminho, durante 7 horas ninguém se dirigiu a ela.
Ao por o primeiro pé fora do autocarro, a rapariga viu a razão do seu tormento passar-lhe á frente, correu para os seus braços e ai ficaram durante minutos infindos. Nesse momento, inconscientemente todas elas repararam na jovem agora feliz, todas repararam na sua luz, e ai algumas mostraram ciumes, pois uma rapariga inocente, que nao mostrou o seu brilho na viagem, estava agora a brilhar mais que qualquer uma.
Afinal, o que lhe faltava era apenas o resto do seu coração.
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